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sábado, 18 de julho de 2015

Sociedade Brasileira de Eubiose de Três Lagoas realiza Campanha do Agasalho

Campanha encerra dia 31 de julho

A Sociedade Regional de Eubiose de Três Lagoas está desde o último dia 16 arrecadando roupas, agasalhos e cobertores para  de a Campanha do Agasalho do inverno 2015. De acordo com a diretora de ensino do departamento regional da Eubiose, Maria Aparecida Ferreira de Melo Souza, a meta é atender toda a comunidade ribeirinha do Jupiá e as famílias mais carentes de Três Lagoas.
Foram distribuidas caixas de coleta em cinco estabelecimentos em Três Lagoas. 
Os interessados em doar podem ir até algum dos seguintes pontos: escola estadual Dom Aquino Corrêa, no bairro Santos Dumont; salão de cabeleireiro, no bairro Nossa Senhora Aparecida; Casa da Mandioca Santa Rita de Cássia, no bairro Vila Nova; loja Center Pesca, no Centro e na Associação Comercial e Industrial de Três Lagoas, no bairro Santo André.
A Campanha está prevista para encerrar no dia 31 de julho e a distribuição às famílias acontece no dia 10 de agosto, data em que é lembrada o Dia Nacional da Eubiose.

Renda arrecadada com o Moto Show 2015 será revertida para o Auxiliadora


Será construída a Unidade de Internação da Oncologia e Clínica Médica
Evento acontece durante os dias 14,15 e 16 de agosto no Arena Mix
O Hospital Auxiliadora firmou uma parceria com o Rotary Club de Três Lagoas e toda a renda arrecadada durante os três dias de Moto Show será revertida para a construção da Unidade de Internação da Oncologia e Clínica Médica.
Durante os anos de 2013 e 2014 os recursos adquiridos foram destinados integralmente a construção da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Três Lagoas. 
Somente no ano passado, a instituição recebeu a quantia de R$ 160 mil para que viabilizasse o término das obras do atual prédio. 
Para o gerente administrativo do Hospital Auxiliadora, Adenaldo Nunes, a parceria é mais do que bem-vinda e isso demonstra reconhecimento por parte do Rotary Club com relação ao trabalho desenvolvido pela equipe. “O setor de oncologia é uma área que muito necessita de doação e ter 100% da arrecadação destinada ao setor é uma excelente notícia”, aponta Nunes.

MOTO SHOW
O evento acontece durante os dias 14,15 e 16 de agosto no Arena Mix e é tradicional por reunir motoqueiros de outras cidades e Estados. 
Em 2014, mais e dez mil pessoas, vindas do interior de Mato Grosso, Paraná, Minas Gerais, São Paulo e até da Argentina e Paraguai, circularam pelo local. 
A expectativa para este ano, segundo o presidente do Moto Show, Sandro Lourencete, é de superar os índices registrados no ano passado. 
Segundo Ele o "objetivo é que o evento reúna, pelo menos, 20% de público a mais e, com isso, aumente a arrecadação de verba a ser destinada ao setor de oncologia”, relata Lourencete.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Prefeitura reforça homenagem a ex-prefeitos reinaugurando galeria na próxima segunda-feira


Após reinauguração as autoridades participarão de sessão solene de entrega de moções de congratulação na Câmara de Vereadores

A Prefeitura de Três Lagoas, por meio da Secretaria Municipal de Educação e Cultura e Departamento de Cultura, realizará na próxima segunda-feira (20), na Biblioteca Rosário Congro, a partir das 18h, reinauguração da “Galeria dos ex-prefeitos” do Município.
O ato tem como objetivo prestar uma homenagem aos homens e mulheres que tanto contribuíram para o desenvolvimento e progresso da história de Três Lagoas, que completou, no último dia 15 de junho 100 anos.
MOÇÃO DE CONGRATULAÇÃO
Após a reinauguração da galeria, será realizada no Plenário da Câmara Municipal “Ranulpho Marques Leal”, a partir das 19h, a sessão solene de entrega de Moção de Congratulação aos prefeitos que fizeram parte dos 100 anos de emancipação política-administrativa de Três Lagoas.
Serão homenageados todos os prefeitos que participaram do Centenário, inclusive, sendo concedida homenagem “post mortem” aos parentes de 1º e 2º dos saudosos ex-prefeitos.  

Prefeito Silas de Água Clara è afastado se diz vítima de uma conspiração sórdida e covarde para lhe tomar o poder

“Querem o poder a todo instante e a todo preço", acusa o prefeito afastado

Minutos antes de viajar para Campo Grande, o prefeito Silas José concedeu entrevista ao Hojemais sobre a operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), que culminou com o seu afastamento do cargo, que passa a ser ocupado pela vice Valéria Travain. 
Afirmando ter recebido a operação com tranquilidade e serenidade, Silas diz que na tarde desta sexta-feira (17) iria até Campo Grande para prestar esclarecimentos no inquérito que tramita no Gaego sobre a suposta compra de vereador para apoiar projeto do Executivo na Câmara Municipal.

De acordo com o prefeito, a acusação é totalmente inverídica e mentirosa e que se trata de uma conspiração perpetrada e arquitetada pelo vereador Marcelo Araújo que, segundo ele, pretende levar a eleição de 2012 para o segundo turno. “Querem o poder a todo instante e a todo preço, têm me perseguido desde o dia em que tomei posse nesta prefeitura e procuram de todas as maneiras, mais vis possíveis – e até mais covardes – pegar o poder na marra”, acusa, e completa: “se quiser pegar o poder, no ano que vem terá eleições, então que disputem e que ganhem da gente na urna, ai eu vou respeitar”. 

Quanto ao que classificou de conspiração sórdida e covarde, o prefeito disse que vai dar suas explicações com tranquilidade e reclamou de ainda não ter sido ouvido. “E tudo será resolvido”
Logo após a entrevista, o prefeito seguiu para Campo Grande, segundo ele, para fazer valer o seu direito à ampla defesa ao devido processo legal e também ao contraditório. “A Justiça tem que ouvir as duas partes, não pode só ouvir a falácia do vereador Marcelo, mas também a minha versão”, finalizou.

Marcelo Carvoeiro diz que no tempo certo mostrará provas

Procurado pelo Hojemais para falar sobre a acusação de que estaria conspirando contra o prefeito Silas José (PSDB), que foi afastado do cargo pelo Tribunal de Justiça nesta sexta-feira (17), o vereador Marcelo Carvoeiro (PSC) disse que na hora certa passará todas as provas em áudio e vídeo e o conteúdo do processo para a população de Água Clara tomar ciência de quem está falando a verdade. 

“Jamais fez alguma coisa pensando em perseguição ou em tirar o poder dele [do prefeito], ainda mais porque não sou o pretendente ao cargo”, garante Carvoeiro, que afirma ter feito tudo com a consciência tranquila de que jamais a honra de um trabalhador pode ser comprada por dinheiro. Afirma ainda, que no momento oportuno convocará toa a mídia do Estado para comparecer à Câmara Municipal ter conhecimento de todo conteúdo do processo e os áudios e vídeos que possui.

Questionado se não teme algum tipo de retaliação, ele foi enfático: “temo apenas a justiça divina”.
Por fim, diz que “jamais aceitaria proposta sórdida e covarde para trair o povo de Água Clara”. Diz ainda que em breve o programa Fantástico da Rede Globo deve vir a Água Clara para provar o que ele está falando. “Se não existissem provas, as autoridades não teriam afastado o prefeito”.



Vice deve assumir na segunda feira

Vice-prefeita Valéria Travain (Foto: )
Valéria Travain ainda não assumiu oficialmente o cargo de prefeita de Água Clara, que está vago desde a manhã desta sexta-feira, quando o prefeito Silas José (PSDB) foi afastado sob a acusação de pagar propina ao vereador Marcelo Carvoeiro (PSC) para que este votasse a favor de aprovação da LDO encaminhada por ele ao Legislativo. 

A posse deverá ocorrer na manhã de segunda-feira (20), quando ela deverá dar coletiva de imprensa com a presença de todos os vereadores. Valéria disse ao Hojemais que foi notificada há pouco pela Câmara para esta reunião.

Após o afastamento de Silas, Valéria disse que não permaneceu no gabinete do prefeito e que assinou apenas o que tinha de assinar por Lei, ou seja, o próprio afastamento do prefeito.

Secretário de Segurança acompanha inauguração da central de monitoramento de Três Lagoas


Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Sílvio Maluf
O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Sílvio Maluf, está em Três Lagoas na manhã desta sexta-feira, para acompanhar a inauguração da central de monitoramento das 35 câmeras espalhadas pela cidade. A solenidade acontece na sede do 2° Batalhão da Polícia Militar.
Também acompanham o evento, o comandante geral da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, coronel Deusdete Souza de Oliveira Filho; o tenente coronel Wilson Sérgio Monari; o delegado Regional Vitor Lopes; o chefe da Polícia Rodoviária Federal de Três Lagoas, Thales Carriço; além de autoridades do setor político e convidados.

MONITORAMENTO
As câmeras funcionarão via rádio e estarão interligadas a uma central de monitoramento.
A Polícia Militar ficará responsável por acompanhar, em tempo real, as câmeras. Ao visualizar uma atitude suspeita ou mesmo um crime, os policiais acionarão a equipe que estiver mais próxima do local e ainda poderão consultar todo o banco de dados da polícia, como número de placas de veículos e outros, que possam ajudar na identificação do suspeito.

Cerca de 970 diabéticos de Três Lagoas estão sem receber seringas e agulhas para insulina


Falta do material estaria comprometendo o tratamento de aproximadamente 975 pessoas
Há pelo menos dois meses os pacientes diabéticos Tipo 1 de Três Lagoas que fazem uso de insulina estão sem conseguir retirar seringas e agulhas distribuídas gratuitamente pela rede pública. Uma dessas pessoas é a dona de casa Sheila Aparecida Dias, 39 anos, moradora do bairro Vila Haro.

A falta do material estaria comprometendo o tratamento de aproximadamente 975 pessoas, conforme dados repassados pela Secretaria Municipal de Saúde, referente ao número de pacientes cadastrados que retiram a insulina nos pólos centrais farmacêuticos, embora não são todos os cadastrados que fazem a retirada regularmente dos kits. A prefeitura faz a compra mensal de cerca de 39 mil kits.
A beneficiada afirma que tem ido até o posto de saúde do seu bairro, mas nunca consegue o material. “Estou sem tomar a insulina, porque não tenho condições de comprar as seringas. Falei para os funcionários da farmácia do posto, mas eles dizem que não sabem quando vai chegar e preciso comprar”, revelou a dona de casa.
A reportagem do JPNews entrou em contato com três postos de saúde do município responsáveis pela distribuição dos materiais e, além de confirmarem a carência dos itens, ainda informaram que a falta ocorre a aproximadamente dois meses, sem previsão para o retorno da distribuição.
A informação de Sheila, de que os funcionários desta farmácia orientam os pacientes a comprarem as seringas e agulhas, também foi confirmada pela reportagem, durante essas ligações telefônicas.
Um das responsáveis pela farmácia de uma unidade de saúde pública municipal comentou que na quarta-feira, 15, chegou a fazer pedidos de medicamentos e materiais como seringas e agulhas para insulina. Conforme ela, todas as encomendas chegaram, menos as seringas e agulhas.
Prefeitura de Três Lagoas não informou desde quando ocorre a carência dos materiais, mas informa que, por meio da Secretaria Municipal de Saúde já fez a solicitação para compra de mais materiais e, que a equipe competente está cobrando a empresa responsável que presta o devido serviço.
O Poder Público limitou-se a firmar que pretende retomar a distribuição o mais breve possível, sem dar previsão de data.
A prefeitura não respondeu sobre o questionamento de que os usuários estariam sendo orientados a comprar seringas e agulhas, enquanto não é normalizada a distribuição. Disse apenas que quando o material acaba, a equipe já realiza o pedido de compra de um novo montante para ser reposto.

PÓLOS FARMACÊUTICOS
A distribuição de medicamentos é feitas em seis pólos farmacêuticos: Centro de Especialidades Médicas (CEM) – Avenida Clodoaldo Garcia, nº 280; Joel Neves da Silva - Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde  (E.A.C.S) - Rua Pelópedes Gouveia, s/n, Parque São Carlos; Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (E.A.C.S)- Eurídice Chagas Cruz - Rua Bernardino Mendes, nº 258, Santa Luzia; Clínica da Criança - Clínica de Pediatria e Ortopedia Carlos Azambuja Leão Junior - Rua Egídio Thomé, s/n, Bairro JK; Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (E.A.C.S)Vila Alegre - Rua Bernardino Rodrigues Montalvão, nº 3725, Bairro Vila Alegre; e Estratégia de Saúde da Família – (ESF) - Rua José Lopes Sejópoles, nº 985, Paranapungá.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Curso de Formação Sindical, para os representantes sindicais das Redes Municipal e Estadual. Ministrante Prof° e Doutor Helder Molina Molina

Meritocracia na Educação: um modelo desejável?

Meritocracia na Educação: um modelo desejável?

Diante de recentes esforços, ainda que insuficientes, por parte do governo para incrementar o investimento público em educação, mais do que dobrando o gasto real por aluno nos últimos dez anos, uma série de questionamentos e debates foram iniciados a fim de se discutir o modelo apropriado para ser adotado nas escolas brasileiras. Há de serem debatidas todas propostas, principalmente as de conservadores e liberais, que, ao passo que ganham voz, começam a defender uma mudança diametral nesse setor, para seguir em um sistema cada vez mais meritocrático, com amplas recompensas por resultados, tanto para os aluno quanto para professores e escolas.

Rodrigo Constantino, um dos principais articulistas desse segmento da sociedade, chegou a apresentar no seu blog e em palestras – uma no recente encontro do Instituto Liberal – sua defesa pela meritocracia, hoje, segundo ele, inexistente nas escolas, diminuindo o incentivo aos alunos de melhorar seus desempenhos. Para o economista, a falta de um modelo meritocrático na educação pública brasileira acarreta no “nivelamento por baixo”, exaltando a mediocridade nas mentes jovens e desestimulando o esforço pessoal e público para melhores resultados. As cotas raciais seriam o mais claro exemplo da falta de meritocracia na educação, que deveria ser totalmente abolida, segundo o pensamento.
Uma vertente dessa ideia consiste na adoção de um sistema de recompensas materiais para alunos de alto desempenho, como laptops e, no limite, até dinheiro vivo. Além disso, as escolas com estudantes melhor avaliados – no PISA, por exemplo – receberiam maiores recursos do Governo Federal, que poderia até dar vouchers (transferências para serem gastas em escolas privadas) como alternativa para as famílias. Assim, pela lógica, alunos e escolas começariam a competir entre si para obterem maiores ganhos, se esforçando cada vez mais e progressivamente elevando suas médias.
O modelo é sedutor por sua ideia baseada na competição para acabar com a mediocridade, nos estímulos materiais ao esforço individual, etc… Mas, como toda sociedade que se propõe a ser democrática, havemos de pensar se esse sistema seria efetivamente justo no caso brasileiro. Para um ensaio sobre o assunto, podem ser usadas como base as ideias de John Rawls, filósofo liberal, que escreveu “Uma Teoria de Justiça”.
Segundo o pensador, a meritocracia, ou seja, as recompensas desiguais, para obedecer de fato o princípio de justiça, deve então distribuir os ganhos conforme as virtudes individuais, não o desempenho. Isso se dá porque o resultado final de uma avaliação depende de uma série de fatores não necessariamente controláveis pelo indivíduo. Admitindo, por exemplo, que a virtude digna de mérito nas escolas seja o esforço pessoal, há uma numerosa gama de elementos na nossa sociedade que diferenciam o esforço necessário aos indivíduos e escolas para o alcance de um mesmo desempenho acadêmico.
A pobreza, por exemplo, transforma o conjunto familiar em um ambiente disfuncional ao aprendizado, segundo Sônia Rocha, pesquisadora do IPEA. Por fatores como insegurança alimentar, elevada variância de renda, maior ocorrência de conflitos violentos e inexistência de estímulos culturais, viver em uma família pobre exige da criança e do jovem um esforço individual muito maior para obter desempenho semelhante aos de seus pares mais abastados nas escolas. Rui-se, assim, a ideia de meritocracia por resultado, diante da exigência de diferentes esforços para um mesmo patamar na avaliação final.
Ser negro no Brasil é outro fator que pode comprometer o desempenho acadêmico. Segundo professor de antropologia da UFF, Julio Tavares, o negro é desumanizado sempre que se torna ameaça, presença desafiante ou alvo da frustração. Já para Jaime Pinsky, professor de História da Unicamp, o preconceito é uma forma consciente ou não de marginalizar o outro para ocupar melhor os espaços. Ou seja, em um ambiente competitivo, o racismo funciona como ferramenta de rebaixamento social do afrodescendente, para favorecer os caucasianos. A presença da discriminação e bullying por preconceito exigem, assim, de todos aqueles com pele escura, maior esforço para um resultado semelhante ao dos brancos nas escolas.
A própria localização dos estabelecimentos educacionais influi no desempenho dos alunos. Para provar tal afirmação, os economistas Rudi Rocha e Joana Monteiro realizaram um estudo econométrico em 2013, mostrando que escolas localizadas em regiões dominadas pelo tráfico de drogas tem resultados dos alunos piorados, principalmente em Matemática. Um dos fatores a atrapalhar o ensino parte das sucessivas ocorrências de tiroteio e outras violências nessas regiões, o que obriga as escolas a fecharem. Acaba-se por ser exigido maior esforço por parte dos professores, obrigados a ajustar a matéria dada em um calendário mais curto, e por parte dos alunos, que encaram diversas interrupções no processo educativo.
Conforme mostrado no texto, o modelo de meritocracia por desempenho para os alunos, professores e escolas, a ser defendido por conservadores e liberais, mesmo podendo melhorar efetivamente os resultados dos alunos em avaliações objetivas, acarretará em um ambiente educacional injusto e, provavelmente, tenderá a afastar ainda mais a base da pirâmide social do topo, com prováveis consequências negativas à mobilidade social.Uma vez admitido que a justiça é um ideal tão desejável em uma sociedade democrática quanto o resultado, é preciso ser novamente pensado o sistema de recompensas a ser adotado nas escolas, ao menos enquanto o Brasil registrar tal elevado nível de desigualdade social nas suas bases familiares.
*Daniel Vasconcellos Archer Duque é graduando em Ciências Econômicas pela UFRJ, membro do comitê de organização da Nova Organização Voluntária Estudantil (NOVE). Filiado ao Partido Verde, também colabora com outros sites e jornais.

O regime de meritocracia dá resultados na educação



Mais de 30 000 escolas públicas brasileiras já adotam sistemas que premiam os professores com base no desempenho de seus alunos

Por: Renata Betti - Atualizado em 


Como em uma empresa - escola de São Paulo: bônus para os que atingem as metas
Como em uma empresa - escola de São Paulo: bônus para os que atingem as metas(Claudio Gatti/VEJA)

"A meritocracia precisa vir acompanhada de um conjunto de medidas acertadas para realmente transformar uma escola", Maria Helena Guimarães de Castro, diretora da Fundação Seade.

Mais de 30 000 escolas públicas brasileiras já adotam sistemas que premiam os professores com base no desempenho de seus alunos. É coisa recente, daí saber-se ainda tão pouco sobre seus efeitos. Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, se debruçaram sobre a rede estadual de São Paulo, uma das primeiras no país a adotar um regime de meritocracia, em 2008. Ali, as escolas têm metas de aprendizado e, se elas forem atingidas, seus funcionários, incluindo diretores e mestres, são agraciados com um bônus no salário. Quem extrapolar o esperado ganha mais, como no mundo corporativo. O estudo da USP, que investigou os dados da Prova Brasil, aplicada pelo Ministério da Educação (MEC) a alunos de colégios públicos, concluiu que o avanço verificado nas notas é um sinal de que o sistema está funcionando. Diz o economista Luiz Guilherme Scorzafave, coordenador da pesquisa: "O resultado faz refletir sobre a necessidade de propagar esse tipo de iniciativa por todo o país".
Os números são particularmente animadores nas classes de 5º ano, nas quais o maior progresso se deu nas aulas de matemática. Segundo a escala do MEC que define o aprendizado desejado para o fim de cada ciclo, a evolução dos estudantes em São Paulo na disciplina - registrada em um intervalo de apenas dois anos - equivale a um semestre escolar. O entusiasmo provocado pela política que premia talento e esforço tem seu peso, mas evidentemente não explica tudo. "A meritocracia precisa vir acompanhada de um conjunto de medidas acertadas para realmente transformar uma escola", observa Maria Helena Guimarães de Castro, diretora da Fundação Seade. Ao contrário do Brasil, onde a ideia de distinguir os melhores sempre esbarrou no corporativismo, os países mais ricos já acolhem há décadas esse princípio. Muitas vezes, os saltos são extraordinários; noutras, os efeitos são ainda tímidos ou não conclusivos - o que faz refletir sobre maneiras de aprimorar o sistema. A experiência não deixa dúvida de que só com boas e entusiasmadas cabeças é possível vencer o duro caminho que leva à excelência.