Nesta quinta-feira, o treinador da seleção brasileira Vadão anunciou as 23 convocadas para a disputa da Copa do Mundo feminina que acontece na França, do dia 7 de junho ao 7 de julho. Sem muitas novidades, a lista conta com figurinhas carimbadas no Brasil, como Marta, Cristiane e Formiga, outras que se destacam agora na Europa, como Andressa Alves e Ludmilla, além de atletas que jogam no Brasil. A seleção está no grupo C do Mundial, ao lado de Itália, Austrália e Jamaica, e estreia contra as caribenhas no dia 9 de junho, em Grenoble.
O anúncio da lista de convocadas foi feito em evento na CBF que contou com a presença do treinador Vadão e do coordenador de futebol feminino da Confederação, Marco Aurélio Cunha. Após a convocação, ambos deram entrevista coletiva, onde Cunha defendeu o trabalho do atual treinador apesar das nove derrotas nos últimos dez jogos disputados: "Vamos fazer um grande campeonato e somos candidatos ao título". Vadão, por outro lado, chamou a atenção por algumas gafes durante respostas. Em uma, afirmou que a Jamaica, primeira adversária do Brasil, tem o "estilo africano", apesar do país ficar no Caribe. E, ao ser perguntado sobre as diferenças do vestiário do futebol feminino para o futebol masculino, o treinador não titubeou ao classificar as mulheres como "mais difíceis de se acalmar".
Abaixo, os perfis das 23 escolhidas pela comissão técnica da seleção brasileira feminina.
Aline
Goleira do Tenerife da Espanha desde o ano passado, Aline Reis tem 30 anos de idade e é natural de Campinas, São Paulo. Foi na cidade do interior que ela começou no esporte, fazendo parte da equipe feminina de base do Guarani. Aos 18 anos, saiu do país para tentar conciliar a rotina de estudo com o esporte; nos Estados Unidos, conseguiu um mestrado em esporte da Universidade Central da Flórida. Em entrevista recente à Folha de S. Paulo, Aline criticou o presidente Jair Bolsonaro, elogiou o empoderamento das mulheres e afirmou que "jogar futebol feminino é estar do lado das minorias". Aline ainda chama atenção para sua baixa estatura como goleiro, já que tem somente 1,63 metro.
Bárbara
Aos 30 anos, a goleira titular do Brasil frequenta a seleção desde os 18 anos de idade. A pernambucana joga no Avaí/Kindermann desde 2017, um ano após se destacar na campanha que resultou no quarto lugar para o Brasil no torneio de futebol feminino das Olimpíadas do Rio de Janeiro. Bárbara tem no currículo o vice da Copa do Mundo de 2007, o vice das Olimpíadas de 2008 e duas medalhas de ouro panamericanas, em 2007 e em 2015. Recentemente, foi homenageada no hall da fama da Arena Pernambuco, na sua cidade natal.
Letícia Izidoro
Lelê, como é conhecida a Letícia Izidoro, vai para o seu segundo Mundial com apenas 24 anos. Goleira titular do Corinthians desde 2017, quando a equipe alvinegra ainda funcionava em parceria com o Osasco Audax, ela foi convocada para o torneio em 2015 na época em que jogava pelo Centro Olímpico; um ano antes, foi titular da seleção no Mundial sub-20.
Fabiana Baiana
Com passagens por Corinthians, China e Barcelona, a lateral-direita Fabiana esteve presente nas duas últimas Copas do Mundo, em 2015 e 2011, e nas três Olimpíadas anteriores: 2008, 2012 e 2016. Aos 29 anos, ela defende o Internacional, clube que joga a primeira divisão do campeonato brasileiro feminino.
Letícia Santos
A lateral-direita de 24 anos é natural de Atibaia, São Paulo, e defende o Sand da Alemanha desde 2016. Antes, teve passagem pelo Avaldsnes, da Noruega, e pelo São José, onde foi campeã da Libertadores. É o primeiro Mundial da Letícia, que disputou a competição sub-20 em 2014.
Tamires
Tamires, 31 anos, é de Caeté, Minas Gerais, e vai para a sua segunda Copa do Mundo. A lateral-esquerda jogou o Mundial de 2015, quando defendia o Centro Olímpico. Desde aquele ano, defende o Fortuna, clube da Dinamarca.
Camila
Mais conhecida como Camilinha, a atleta de 24 anos é conhecida pela versatilidade, uma vez que pode ser meia ou lateral-esquerda. Na coletiva, Vadão ressaltou que a polivalência da atleta foi decisiva para a convocação. Camila defende o Orlando Pride, mesmo clube de Marta, e teve passagens por Iranduba de Manaus e Corinthians no Brasil.
Erika
Aos 31 anos, a zagueira do Corinthians já jogou três Olimpíadas (2008, 2012 e 2016) e uma Copa do Mundo, em 2011. Além do clube alvinegro, do qual diz ser torcedora desde a infância em São Paulo, ela tem passagens por Santos, Centro Olímpico e PSG.
Kathellen
A zagueira de 23 anos nasceu em São Vicente, no litoral de São Paulo, mas começou a jogar futebol de campo somente quando conseguiu uma bolsa para o Louisiana Monroe, um time de futebol feminino universitário dos Estados Unidos. Chamada pela primeira vez com Vadão, Kathellen hoje defende o Bordeaux, da França.
Mônica
Outra zagueira do Corinthians, Mônica é gaúcha de Porto Alegre, tem 32 anos e é convocada pela seleção há mais de dez temporadas. Disputou o Mundial de 2015, quando jogava pelo Flamengo, e as Olimpíadas de 2016, já no Orlando Pride. Ainda passou pelo Atlético de Madrid antes de ser anunciada, neste ano, na equipe corintiana.
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