Marisa Serrano troca Senado por cadeira no TCE/MS

Confirmando as expectativas, a senadora Marisa Serrano (PSDB) foi escolhida ontem para conselheira do Tribunal de Contas do Estado, na vaga aberta desde a morte da conselheira e ex-deputada Celina Martins Jallad, no final de fevereiro. A escolha foi feita pela Assembleia Legislativa, a quem coube a indicação, conforme acordo. A senadora tucana recebeu o “sim” de 20 deputados e um “não”; além de dois votos em branco. O concorrente, deputado estadual Antonio Carlos Arroyo (PR), recebeu apenas sete votos “sim”, dois “não” e 15 votos em branco. Marisa Serrano, que entrou para política em 1977, como a vereadora mais votada de Campo Grande, passando pela Câmara Federal antes de chegar ao Senado, vai agora encerrar a carreira como conselheira do Tribunal de Contas. Sua vaga no Senado deve ser ocupada pelo primeiro suplente Antonio Russo Neto, que era do PR, foi para o PSDB e agora trabalha para voltar ao partido de origem, para escapar de possível punição por infidelidade partidária. A senadora tucana contou com apoio velado do governador André Puccinelli (PMDB), o que teria pesado muito para sua escolha, mesmo sendo a vaga de direito da Assembleia Legislativa. Supostamente o “candidato da Casa”, o deputado Antonio Arroyo saiu na frente. Em abril ele protocolou requerimento como postulante à vaga e saiu à caça dos votos. Apontado como virtual conselheiro, o deputado do PR perdeu força no curso da campanha e acabou recebendo menos de 30 por cento dos votos possíveis da Casa. Dos 15 deputados que assinaram requerimento de apoio à candidatura de Arroyo, oito não votaram nele, o que reforça a hipótese de que teria pesado na decisão o apoio do governador à candidata Marisa. Por ser parte interessada, Arroyo ficou impedido de votar. Ou seja, sete colegas teriam “mudado” o voto. Como o voto é secreto, ficou na imaginação dos profissionais que cobrem o dia-a-dia da Assembleia que assinaram o requerimento de Arroyo, mas votaram em Marisa, os deputados Maurício Picarelli (PMDB), Cabo Almi (PT), Felipe Orro (PDT), George Takimoto (PSL), Lauro David (PSB) e Onevan de Matos (PSDB), além do presidente Jerson Domingos (PMDB). Sites de Campo Grande apuraram que entre os 15 que assinaram requerimento pela candidatura de Arroyo, manifestaram o voto os deputados Londres Machado e Paulo Corrêa, do PR; Marquinhos Trad (PMDB), Mara Caseiro (PTdoB) e os petistas Paulo Duarte (PT), Laerte Tetila (PT) e Pedro Kemp (PT). A indicação de Marisa era tida como certa há alguns dias foi praticamente confirmada durante a ‘sabatina’ na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia com os dois candidatos, na terça-feira. Os questionamentos ao deputado foram contundentes, enquanto que à senadora foram feitas perguntas amenas. Ontem, momentos antes do início da votação, Antonio Arroyo parecia já admitir a derrota. Durante discurso na tribuna, disse que sairia da disputa com a cabeça erguida. Ele não conteve a emoção e chorou. Marisa não foi à Assembleia; preferiu acompanhar a votação de casa. Currículo Natural de Bela Vista, na fronteira com o Paraguai, Marisa Serrano foi a primeira mulher eleita para representar Mato Grosso do Sul no Senado. Ela está com 63 anos. Formada em Letras e Pedagogia, já foi professora, supervisora, diretora de escola, secretária municipal de Educação de Campo Grande e secretária estadual de Educação. Ela já dirigiu a Delegacia do MEC (Ministério da Educação) no Estado, ajudando a reconhecer 54 cursos superiores e liberando recursos para a instalação de 16 escolas agrícolas. Marisa é autora de duas coleções de livros didáticos: “Novos Rumos em Comunicação” e “Comunicação em Língua Portuguesa”. A carreira política teve início em 1977. Na época, ela foi a vereadora mais votada em Campo Grande. Foi deputada federal, presidente do Parcum (Parlamento Cultural do Mercosul), presidente da Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia do Parlatino (Parlamento Latino Americano) e do Secretariado Nacional do PSDB/Mulher e membro da Executiva Nacional do PSDB. Em 2002, Marisa Serrano foi candidata ao governo de Mato Grosso do Sul em disputa acirrada com o governador Zeca do PT, que foi reeleito no segundo turno com 581 mil votos, contra 500 mil da oponente. Em 2006 ela foi eleita senadora com 607 mil votos (53%). Seu mandato iria até 31 de dezembro de 2014. O suplente Antonio Russo será senador por três anos e meio. (Com Portal ALMS)