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quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

TODO DETENTO TEM QUE TRABALHAR


João Monlevade em 21/10/2014
O Estado brasileiro gasta, em média, R$ 25 mil anuais para sustentar um presidiário. Cerca de 10 vezes mais do que o custo de um aluno da escola pública. É verdade que o detento passa 24 horas por dia preso; e o estudante, em média, 4 horas. Não haveria, portanto, grande absurdo nas diferenças de gasto.

Continuemos a reflexão. Estamos chegando a um milhão de encarcerados no Brasil: o que resulta num gasto direto de R$ 25 bilhões com essa prática de se condenar réus com privação de liberdade – o que, indiretamente, poderia significar segurança para os 200 milhões de cidadãos em liberdade, isolados de sua periculosidade.

Com R$ 25 mil anuais abrimos de 2 a 4 vagas gratuitas anuais em cursos universitários. Portanto, se dispuséssemos de R$ 25 bilhões para a educação superior, 3 milhões de jovens e adultos poderiam estar fazendo Pedagogia, Direito, Engenharia, Economia – num investimento fabuloso para nossa sociedade. Ou 4 milhões a mais poderiam estar se formando em cursos técnicos gratuitos a cada ano.

Essas cifras nos assustam e nos animam. Mas o grande problema continua sem solução: quem garante que depois de 5, 10, 20 anos de pena (e de até meio milhão de reais de investimentos) nossos detentos voltam à sociedade re-educados? Candidatos a governador e a presidente precisam dizer como resolver esse problema que a cada ano cresce no País: haverá alguma solução real que não passe pelo trabalho produtivo nas prisões, aliado à educação profissional? Eu não conheço. Mas estou disposto a aprender, como já aprendi a votar em quem aposta na educação e na redução das desigualdades. Nos últimos dez anos passamos de 150 para 500 escolas técnicas federais. De um salário mínimo de menos de 100 dólares para o atual de 300. Deu pra entender?

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